Por isso decidi rumar ao cabeleireiro e resolver o problema. Acontece que o serviço que uso - uma coisa muito fashion, muito Lux - é de uma profissional que tem um cãozinho e uma cadelinha dentro do estabelecimento. Ele chama-se bolinhas, ela pantufas, e têm ambos a pujança física de uma cebola cozida. Acontece que, assim que entrei no estabelecimento, o filho da puta do bolinhas se atirou às minhas pernas, saboreou um bocado das minhas calças de ganga e quis experimentar um bocado da carne. A primeira ideia que me ocorreu, para ultrapassar aquela falta de empatia entre espécies, foi trespassar o crânio do canídeo com uma barra de ferro e puxar-lhe os testículos até aos dentes que haviam sido cravados na minha perna. Desta forma, as contracções da boca, originadas pela invasão do cérebro pela barra metálica, deveriam fazer com que o animal devorasse os próprios órgãos reprodutores. Mas, em vez de seguir este pensamento lógico, optei por um caminho contranatura: fazer o meu melhor sorriso amarelo e esperar que a dona tirasse o bolinhas dali para fora. O que um gajo não atura por um corte de cabelo de oito euros.
Aderi ao Twitter há dez minutos. Para não variar face ao que aconteceu noutras ocasiões em que entrei em redes sociais, ainda não percebi bem para que serve aquilo. Uma coisa é certa: para eu estar a aderir, já deve estar a ficar fora de moda.