O facto de um autor de um blogue ficar quase uma semana sem escrever significa uma de duas coisas: férias ou trabalho a mais. O facto de o autor desse blogue estar com dores de costas ao escrever o primeiro post ao fim de quase uma semana significa que não esteve de férias.
Condutores em geral, taxistas, pescadores, bombeiros, misericórdias, empresas de transporte, empresas de sardinhas em conserva, fabricantes de serpentinas de papel e de máquinas para fazer bolinhas de sabão. Não há praticamente nenhuma área de actividade que não esteja a pedir apoios do Estado para fazer face à conjuntura económica. Neste cenário algo deprimente, há um candidato a líder do PSD que propõe uma agenda liberal e menos peso do Estado na economia. Caso seja eleito, irá enfrentar Sócrates roubando votos ao partido Nova Democracia.
Ao ver um programa televisivo sobre a selecção de futebol, percebo por que é que Scolari conseguiu ir tão longe com aquela equipa. Fala português com tal incorrecção que os jogadores até conseguem percebê-lo.
Para as empresas, os mercados de futuros são uma forma de garantir que o fornecimento de matérias-primas utilizadas na produção - petróleo, trigo, milho, café ou o que quer que seja - é feito a preços pré-estabelecidos, estabilizando a estrutura de custos. Esses mesmos mercados tornam-se focos de instabilidade pela acção de sociedades meramente financeiras, que não usam as matérias-primas e apenas especulam sobre os preços praticados, como acontece com os hedge funds no petróleo e nos cereais. Por que não restringir o acesso a esses mercados apenas às empresas com funções produtivas?
Escreve-se "chichi" ou "xixi"? Uma pesquisa no Google com "xixi" vai dar sobretudo a páginas brasileiras. Com "chichi" ainda aparecem algumas portuguesas. Será uma matéria que o novo acordo ortográfico resolverá, com certeza. Já agora, espero que os estudiosos do acordo tenham resolvido outra complexa questão linguística: escreve-se "colhões" ou "culhões"?
A maior qualidade de um ser humano - o facto de ser único e ter consciência disso mesmo - é, simultaneamente, o principal fardo para o desenvolvimento da espécie. Numa hipótese de mudança, o egocentrismo levará a melhor e as perspectivas individuais causarão sempre atrito ao movimento conjunto. Não é por acaso que as correntes políticas e filosóficas mais disruptivas vêem no próprio homem uma limitação. Nietzsche, o radical que dedicou a vida a lutar contra a moral, escreveu a obra "Humano, demasiado Humano" e pediu algo a que deu o prosaico nome de "super-homem". À ideologia marxista, que propunha uma revolução por aqueles a quem escapava a mais-valia gerada no trabalho, esteve associado o conceito do "homem-novo". Em ambos os casos, a noção de que a espécie humana precisa de um up-grade.
and you, you knew the hands of the devil
and you, kept us awake with wolf teeths
sharing different heartbeats
in one night
to call for hands of above
to lean on
wouldn't be good enough
for me, no
O dia que passou ficará registado na minha história pessoal como aquele em que dei um valente "passou-bem" a uma das pessoas mais ricas e poderosas do país, um representante maior do sistema financeiro nacional. Foi engano, é claro. Julgo que me confundiu com outro tipo qualquer e ainda estive para cravar uma nota de cinquenta euros para atestar o carro.
Acordar e preguiçar na cama com o pensamento ainda turvo. Enganar a imaginação e forçar um sonho que possa ser realidade.
A PJ e o Ministério Público começaram as investigações à corrupção no futebol chamando à operação "Apito Dourado". A Liga de Clubes, para marcar uma posição, respondeu com um muito imaginativo "Apito Final". Segue-se agora o "Apito Recurso Administrativo" e o "Apito Tá-se bem porque o Pinto da Costa não foi de cana". Não é só por cá que não se deve levar demasiado a sério o folclore dos nomes das operações. A invasão do Iraque pelos Estados Unidos, em 2003, chamava-se "Operation Iraqi Freedom". É preciso ter alguma imaginação, reconheça-se.
Animação de Carlos Lascano com música de Sigur Ros.
Diz-se que os sagitários são aluados. Tenho as maiores dúvidas quanto a estas tretas zodiacais, mas é certo que, durante o banho, absorvido pela mundividência multidisciplinar do cosmos, me esqueço frequentemente se já ensaboei o corpo ou não. Opto então por fazer uma lavagem de segurança, durante a qual, na maior parte das vezes, me recordo que já havia feito aquela operação, poucos minutos antes. Não deve haver sovaco mais limpo do que o meu.
Não quero ofender 99% dos homens à face da terra, mas devo confessar que não percebo a unanimidade em torno de Scarlett Johansson, um fenómeno evidente na blogosfera. É certo que a moça é atraente, mas de moças atraentes está a revista Playboy cheia, e não é por isso que dezenas de internautas portugueses colocam imagens delas nos blogues, dia sim, dia não. Uma tal bajulação terá de ter como explicação o talento, além da beleza. Mas, neste ponto, a rapariga não é grande sumidade. Sem querer armar-me em crítico de cinema do Público ou do Expresso, Scarlett Johansson é uma actriz mediana que conseguiu entrar em bons filmes. E agora que enveredou pela carreira de cantora - lançou um disco com versões de outros artistas - demonstra que até o som de um tractor agrícola consegue ser mais agradável do que a voz dela. Isto tudo para dizer que, na categoria de actrizes com mamas grandes, se consegue arranjar melhor.
Nos anos 50, a minha família alentejana comia feijões com feijões durante semanas e a venda de ovos de meia dúzia de galinhas era um contributo essencial para a subsistência mínima. Eu até suportaria os feijões, agora ter galinhas num T3 é que seria mais chato.