ESPAÇO DE APOIO A INFORTUNADOS, MISERÁVEIS E DESGRAÇADOS EM GERAL
Terça-feira, 11 de Novembro de 2008
Capital literário
Como sou uma pessoa extremamente organizada, metódica e perfeccionista, utilizo uma parcela do chão do quarto, ao lado da mesa de cabeceira, para empilhar livros e coisas em geral. Assim, deixo espaço vazio nas estantes para acumular pó que, de outra forma, viria para o chão - uma opção bastante higiénica e genial, na minha humilde opinião. Os livros de cabeceira têm um critério, apesar de tudo. Naquele bocado de chão, estão todas as obras que ainda não li e quero ler, as que comecei a ler mas não acabei, e as que já li mas não percebi. No fundo do molho acho que ainda está o Assim Falava Zaratustra, do Nietzsche. Passei três anos a tentar terminá-lo, nos tempos da faculdade em que era "cool" ler um autor tão contra-corrente, mas ainda hoje estou à espera de uma sebenta que me explique melhor o que está lá escrito. Em cima do molho, fui agora verificar, estão o Mil novecentos e oitenta e quatro, de George Orwell, o Naked Lunch, de William Burroughs, uma antologia poética de Fernando Pessoa e o Ganhar em Bolsa, de Fernando Braga de Matos. Decidi-me por este último, para a leitura das próximas semanas. Quando for milionário, em 2056, terei tempo para os que são realmente importantes.
De augenblick a 14 de Novembro de 2008 às 20:33
Olá,
Não resisti a comentar este post porque me revi nele, e porque venho aqui muitas vezes incógnita e já tinha pensado que havia de dizer qualquer coisa algum dia.
Eu também vou empilhando livros atrás de livros no chão do quarto. No entanto, até acho que dá um ar culto ao quarto -sempre se impressiona os amigos quando lá vão a casa. Quem não achou nada culto, foi a minha mãe que, logo na primeira vez que me entrou no quarto – Ó filha, porque não compras umas prateleirinhas? – E assim se acabaram os meus estimados montinhos de livros espalhados pelo quarto e que também me faziam de mesa de cabeceira (a minha mobília era um tanto minimalista nesta altura).
Tenho também uma data de livros que nunca li, e nunca vou ler, e uns tantos que nunca li, mas que vou ler, e os tais ditos cujos que deixei a meio (que eu não me consigo forçar a ler livros - se não gosto, não gosto, e pode ser que algum dia esteja para aí virada, aconteceu com a Imortalidade do Milan kundera que esteve 5 anos – verdade, verdade – na minha mesa de cabeceira e depois o li numa tarde).
Também li o Zaratustra, que se encontra economicamente guardado na estante, porque a meio do livro me chateou o ar de messias do tipo e alem disso, já estava farta de ele estar sempre a dizer a mesma coisa.
Desde sempre fiz um esforço muito grande para não perceber nada de economia. No entanto, da última vez que fui ao banco, arrependi-me dessa convicção arreigada, e decidi que agora, e para nunca mais me sentir infoexcluída de cada vez que a menina do banco pronunciava a palavra spred, acho que me devia informar um pouco melhor sobre estas coisas. Ate já pensei em comprar um livro de nome bastante sugestivo – O seu primeiro milhão (acho que dava jeito).
Entretanto, para além de vir aqui quando tenho tempo (e eu até nem vou a muito blogues, por isso, isto é um elogio), já dei este blogue a uma amiga minha que disse – Eh, pá, o João é muita fixe!
Saudações bloguísticas,
Andreia.
De
João a 16 de Novembro de 2008 às 23:18
Andreia,
Estou a ver que o Nietzsche afectou muita gente. Eu gostei de algumas partes mas depois torna-se um pouco cansativo. Não é por acaso que sempre que tenho de escrever o nome do homem vou ver à net como se soletra. E nos tempos que correm, se calhar o melhor é mesmo apostar em livros de poupança, tem razão. E no Euromilhões, já agora.
Cumprimentos
Passei pelo seu blogue; ganhou um leitor ;)
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